terça-feira, 7 de setembro de 2010

O que você vai fazer em 7 de Setembro?

Depois de tudo que nosso país passou em sua curta vida (porque somos uma nação muito jovem historicamente), nós temos uma relação com o nacionalismo de uma criança que era surrada pelos pais.

Assumo que uma das únicas coisas que os EUA/USA tem que me bate uma invejinha é o fato deles comemorarem o dia 4 de julho do jeito como eles comemoram. Eu sonho com um 7 de setembro assim, sabe. Onde todo mundo está vestido com as cores nacionais, as pessoas hasteassem bandeiras nos quintais, onde se estourassem fogos e as pessoas comemorassem de verdade que são brasileiras. Sabe, aquela palhaçada que as pessoas fazem antes dos jogos da Copa, quando subitamente lembram que são brasileiros. (ou como eu costumo dizer, "porque o meu país é o time de futebol dessas pessoas?").

Mas ainda que eu não tenha a comemoração de 7 de setembro desejada, eu ainda assim vou celebrar.

No 12º dia de Boedromion, que neste ano cai em 21 de setembro, nós temos uma festa chamada Demokratia, para Zeus, Atena e Thêmis, e o nome do festival já explica bem sua temática.


Assim, no meu 7 de setembro eu vou celebrar alguns heróis cívicos, que eu admiro e que acho que merecem ser lembrados. Maria Quitéria, especialmente, que lutou na independência.

Vou relembrar os nossos pracinhas, heróis da 2ª Guerra Mundial.

E vou fazer afertas a Zeus, Athena e Thêmis, onde ao invés de oferecer as coisas tradicionalmente ligadas a eles, vou oferecer itens que representem o Brasil.

Depois eu posto uma descrição detalhada do meu rito.


Mas eu queria dizer isso. Somos mais da pólis do que do pagus. Está na hora de deixar de lado essa mentalidade de medo,esse horror em ser patriota, e lembrar que, especialmente para quem busca nos antigos helenos sua fé, é preciso amar, respeitar e fazer o melhor possível dos nossos deveres de cidadãos.

Muitos morreram para que hoje eu possa estar aqui, cidadã. E honrar essa memória é meu dever.Como cidadã brasileira, e como serva dos deuses helenos.


ps- e esperem por mais do tema em 15 de novembro... =)

4 comentários:

Cynthia disse...

Olha, Filhote de Lua, por mais que eu concorde com você, nunca vou conseguir ser patriota. Cores nacionais, hinos, hasteamento de bandeira, tudo isso era obrigatório nas escolas onde estudei durante a ditadura. Os meses de agosto (dia do soldado) e setembro eram pra aprender a desenhar a bandeira, elogiar os governantes, ser obrigada a participar de eventos cívicos de glorificação da bandeira e dos "grandes líderes". Pra mim ficou impossível dissociar a comemoração de patriotismo e apoio forçado a uma ditadura militar :-(

Sarah Helena disse...

Eu entendo... é difícil mesmo para quem passou por esse tipo de situação enxergar o patriotismo pelo outro lado.

é que sou da geração das graúnas que já nasceram sem asas, então sou daquelas que teima em tentar mudar certas coisas ( http://sinceramente.files.wordpress.com/2007/11/grauna.gif?w=394&h=399 )

Eu cresci ouvindo o seguinte: eles tentaram roubar de nós o nosso hino, mas não podem. Então eu me lembro de cantarmos o hino nas manifestações políticas em que cresci. Não estava lá, mas ouvia meu pai contando quase às lágrimas sobre o hino nacional sendo cantado nas diretas,ou no comício do Lula na praça da sé em 89.

Eu me firmo fortemente nisso: eles tentaram roubar nosso país de nós, mas os tiranos cairam e nós estamos aqui, lutando para pegar de volta nossos símbolos.

Cynthia disse...

Linda a sua interpretação! Quando crescer, quero conseguir me livrar desses horrores e pensar assim. Mas por ora, o rancor pesa demais pra poder mudar o pensamento...

[e eu agradeço todo dia por não ter ficado igual a um amigo que odeia futebol porque a copa de 70 intensificou a ditadura, ele foi perseguido, perdeu amigos, etc]

Sarah Helena disse...

(oh putaquepariu! agora me liguei que cynthia é que esta comentando no meu blog. nunca recebo coment,mas quando recebo, é de gente que pensa admiravelmente, *purpurina*)

 

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