domingo, 31 de julho de 2011

Sugestão de leitura infantil

Por influência do companheiro que tem sido muito gentil em aceitar minhas incursões religiosas com nosso filho, uma delas vou mostrar a corujisse ainda essa semana, comprei (mais) um livro de mitologia para o meu pequeno.

O nascimento de Zeus e outros mitos gregos se foca não nas aventuras famosas dos deuses e heróis, mas nos episódios das suas infâncias. Um livro para mostrar para as crianças a infância nos mitos e através disso, na própria cultura da antiga Hélade.

A postura de existe/não existe é menos agressiva do que em outros livros. Embora usem o termo imaginação para se referir aos mitos uma vez, o tempo todo existe um respeito pela cultura do outro, no caso,os antigos helenos, e na introdução a autora diz que por que os homens deixaram de ser valorosos e as pessoas só acreditam no que vêem nos jornais, a maioria dos deuses prefere ficar longe dos assuntos humanos e ficar em paz e sossego, aproveitando as praias e montanhas da Grécia. Achei um jeito interessante de colocar, já que o ideal mesmo, só o que a gente mesmo preparar de material de ensino para os nossos filhos.

No final do livro, depois dos dez capítulos de mitos, tem uma genealogia dos deuses e heróis citados, bem simplificada, um texto falando sobre como era a infância entre os gregos, as conexões entre mito e cotidiano antigo, e uma lista de sugestão de leituras e bibliografia, que inclui desde algumas coisas que eu não recomendo (como os livros do Lobato sobre mitologia e o Graves), até o próprio Homero (que a autora recomenda que mais tarde as crianças leiam já no texto dos mitos e que nas sugestões de leitura ela cita as adaptações da Ruth Rocha) e Grimal e Vernant.

Mais um ponto positivo é que ela explica que a cultura grega era oral e que é normal que as versões não sejam todas iguais e que variavam de quem estava contando, por isso não se deve estranhar se em outros lugares contarem as histórias diferente do que no livro.

As ilustrações tem um visual baseado nas cerâmicas gregas e mostram objetos cotidianos da época.

Forma geral, tem meu carimbinho de "gostei". Vamos ver o que o André vai achar.


O nascimento de Zeus e outros mitos gregos
texto de Adriene Duarte
ilustrações de Felipe Cohen
Coleção Mitos do Mundo
Editora Cosac Naify
 2007

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Oráculos (parte um de pensamentos sobre o tarô)

O tarot não é um oráculo grego. Mas um bocado de gente no século XX, por influência de Jung, eu acho, começou a interpretar o tarot a partir da perspectiva dos mitos gregos. Acredito que você pode contar qualquer história usando o baralho. Eu gosto do tarot, ele funciona bem para mim. E eu acabei traçando minhas relações. Como tarotista, como tarofila, não tarologa, como uma apaixonada mais do que como uma pesquisadora (embora para mim a pesquisa seja parte da curtição,rs).

Quando eu fiz parte de um grupo de culto (que não era recon, mas eu já tinha essa pegada no meu lado pessoal), o oráculo fazia parte do nosso processo de culto. E sendo a dionisíaca de plantão, acabei muitas vezes mergulhando naquele tempo de Delfos em que Dionísio estava sentado sobre seus ossos.

Desde então, quando o inverno chega, faz parte do meu culto e principalmente do meu serviço para o deus, fazer oráculos.

E foi com esse pensamento que dei minha oficina na Confraria Brasileira de Tarot. De que ali estava meu prazer, meu carinho pelo tarô, meu prazer em mostrar para as pessoas que podemos sim ser criativos, e meu serviço para meu deus. Segunda vez que sou recebida no espaço Faces da Lua, com muito respeito e carinho em ambas as vezes, mesmo seguindo trilhas que são tão diferentes, o que me trás muita esperança com relação ao meio pagão. 

A estrutura da minha oficina foi bastante prática (claro, era uma oficina). Falei um pouco sobre a história da imprensa, de como os baralhos foram tecnicamente desenvolvidos, de projeto dentro de arte, de símbolos. E então nos sentamos para produzir cada um seu arcano. A escolha era livre dentro dos arcanos maiores, para dar um foco. Fui ajudando um aqui, outro ali, colocando ideias e expondo, respondendo e ajudando.  Fiquei feliz e surpreendida com os resultados.

Acredito que o trabalho criativo é muito forte dentro da minha relação com Dionísio. Não só com ele, mas com Apolo, e com as Musas. Eu não sou ninguém sem as Musas. Mostrar para as pessoas que podemos nos desprender do vicio da sociedade em dizer que não somos capazes e podemos sim criar, porque isso é inerente à natureza humana, é algo muito especial e um serviço que me orgulho de prestar.
 

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