quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

dia 5- sexualidade sagrada

Eu poderia falar um pouco sobre o antigo culto a Afrodite e sobre algumas pessoas que conheço que tem uma prática onde o sexo é parte integrante do pacote. Mas se o foco aqui é meu ponto de vista, em um nível mais pessoal, então eu acabo chegando no mesmo lugar de sempre: Dionísio.

As vezes se forma em mim a idéia de que se um dia eu terminasse com meu companheiro, eu faria um voto e ofereceria meu corpo para meu deus. Não acho que isso fosse ser um voto total de castidade, mas com certeza faria com sexo fosse algo muito mais que raro.


Eu vejo o deus do vinho como um amante. Tem um trecho muito legal do Swami Krishnapriyananda Saraswati sobre Krishna que mostra bem como eu vejo isso:



"De acordo com o Sanatana-dharma, o conceito de perfeção espiritual está em subrepujar os sentimentos de medo, e reverenciar a Deus na Sua majestade. Portanto, nos passatempos do Senhor, cada devoto ama a Deus de acordo com o seu sentimento, seja como melhor amigo, uma criança arteira, um grande mestre, ou até mesmo um íntimo amante; isso desvela a forma das infinitas possibilidades de amor a Deus e do Seu amor divino. Os passatempos ou Lilas dos tempos de infância de Krishna em Vrindavana, ilustram a extraordinária intimidade que se pode ter com Deus. "

A extraordinária  intimidade que se pode ter com Deus. Para mim, isso se reflete em ter uma relação de amante com meu deus. Eu penso nele com aquela doçura adolescente e o vejo como o ideal do que se pode desejar em uma pessoa (eu sempre busquei pessoas que tenham algo dionisíaco), eu escrevo seu nome enquanto estou distraída rabiscando ao telefone, eu suspiro quando penso em cada instante ínfimo de intimidade que posso ter com meu Senhor. Eu desejo me perder na presença dele e entendo o transe como uma intimidade sensual. Sou apaixonada por ele. Eu fico corada quando as pessoas fazem algum comentário sobre minha devoção.

Como costumo dizer, eu sou uma groupie do meu deus.

As pessoas tem uma visão pequena de sexualidade as vezes, como se sexualidade fosse só sexo. Sexo é parte disso, mas não é tudo. Minha relação com o divino é uma relação sensualizada. De frio na barriga, de morder o lábio em expectativa, de repetir os nomes amados para ter a sensação de proximidade. De desejo, de suspiros.


ps- eu sei que não falei de Zeus no post, mas coloquei como tag. É que eu tenho a mesma pegada de apaixonamento por ele.

imagem - mural da vila dos mistérios, Pompéia

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